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16 de junio de 2021

Construçao (Construcción) Chico Buarque 1971 y más versiones

  



El amor y el desamor se puede dar también entre las cosas, en la canción de hoy, podría ser por ejemplo, entre el capital y el trabajo, o entre la libertad y la dictadura

Una canción icónica, que recupero gracias a la sugerencia de mi amigo Alberto Vidal, un clásico grabado en 1971 en el LP del mismo nombre de Chico Buarque, en uno de los momentos más duros de la dictadura brasileña, Una canción/ poema lleno de esdrújulas con las que acaban los versos dodecasílabos llenos de angustia y de ansia de vida

Os dejo la versión portuguesa de Chico Buarque y el texto en portugués

Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido

Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima

Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música

E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão, atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado

Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego

Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo

E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado

Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague

Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair
Deus lhe pague

Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague

https://youtu.be/Y-hEJR3Z5cs

 


Y esta la versión de Chico Buarque grabada en español, mejor que la traducción automática

https://youtu.be/8nTQFXo3y20

 


Hay unas veinticinco versiones grabadas de este tema, he elegido la del trio brasileño de Rodrigo Rodrigues “Música Ligeira” que la grabaronen su primer disco de 2006, un buen acompañamiento musical para una gran canción

https://youtu.be/vkWIo0_aEEA

 



Acabo con la que creo es la versión más reciente la de Sant Andreu Jazz Band del 2020, que cuenta con la voz de Andrea Motis, una gozada a ritmo de big band

https://youtu.be/nlDSKooO-dc

 


Buen miércoles