Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
«Navegar é preciso; viver não é preciso.»
Quero para mim o espírito desta frase, transformada
A forma para a casar com o que eu sou: Viver não
É necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande, ainda que para isso
Tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso
Tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho
Na essência anímica do meu sangue o propósito
Impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
Para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.
Fernando Pessoa
La traduccion sería algo así
Navegantes antiguos tenían una frase gloriosa:
«Navegar es preciso; vivir no es preciso.»
Quiero para mí el espíritu de esta frase, transformada
la forma para casarla con lo que yo soy; vivir no
es necesario; lo que es necesario es crear.
No cuento gozar mi vida; ni en gozarla pienso.
Sólo quiero tornarla grande, pese a que para eso
tenga que ser mi cuerpo y mi alma la leña de ese fuego.
Sólo quiero tornarla de toda la humanidad; pese a que para eso
tenga que perderla como mía.
Cada vez más así pienso. Cada vez más pongo
en la esencia anímica de mi sangre el propósito
impersonal de engrandecer la patria y contribuir
para la evolución de la humanidad.
Es la forma que en mí tomó el misticismo de nuestra Raza.
La frase “Navegare necesse est. Vivere non est necesse” es atribuida por Plutarco al romano Cneo Pompeyo Magno, Pessoa la recoge en su poema, insistiendo en la necesidad de la creación. El brasileño Caetano Veloso, se inspiró en este poema de Pessoa para escribir su canción "Os Argonautas" en su segundo disco de 1969 "Caetano Veloso" (sexto corte). Esta es su letra
O barco Meu coração não aguenta Tanta tormenta, alegria meu coração não contenta O dia, o marco, meu coração O porto, não./
Navegar é preciso Viver não é preciso Navegar é preciso Viver não é preciso/
O barco Noite no teu tão bonito Sorriso solto perdido Horizonte, madrugada O riso, o arco, da madrugada O porto, nada./
Navegar é preciso Viver não é preciso Navegar é preciso Viver não é preciso/
O barco O automóvel brilhante O trilho solto, o barulho Do meu dente em tua veia O sangue, o charco, barulho lento O porto, silêncio./
Navegar é preciso Viver não é preciso Navegar é preciso Viver não é preciso/
Navegar é preciso Viver não é preciso Navegar é preciso...
Este tema ha sido interpretado por Elis Regina (Ela en 1971) y por Maria Betanhia en su disco "Sonho Impossível" del 2002 (quinto corte)
Con su voz me despido. Buen miércoles